eu estou ruindo as últimas convicções
do planeta que não constroi mais ideologias,
que não arma mais aeroplanos sobre as casas dos anjos diluidores de guerras
eu estou no Rio de Janeiro sem planos observando o abutre dos que ficaram cegos
por querer roerem os últimos grãos da carne dos livros que jamais serão lidos
porque ler livros é pesado demais
para os que se tornaram para o planeta um peso
eu vejo os farelos da inteligencia fugirem feito cães virulentos
das mentes das novos jovensque nada querem, que nada almejam na imensidão das estrelas que em suas imaginações congelaram-se, apodreceram junto com a lua
que nunca raiou nas pátios e nas mesas
do horento feet funding carcomido
pelas baratas do tudo fácil,
do nada digestivo,
do lodo do dinheiro sem alma
nenhuma rua aberta para as flores
pestanejam nas escuras vistas
dos que se escondem do sol,
da luz da altiva voz do eterno
meu poema sem sombras se contorce
em meus lábios porque sabe que nunca chegará aos lábios dos que dormem sob o sangue
da omissão, do comodismo desses que circulam livres de inteligencia
não há cinema surreal passando os filmes
de Glauber Rocha para os catadores
de diplomas, caçadores de empregos,
seguidores do bispo torpedo
( edu planchêz )
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