terça-feira, 10 de julho de 2012

anjos diluidores de guerras


eu estou ruindo as últimas convicções 
do planeta que não constroi mais ideologias,
que não arma mais aeroplanos 
sobre as casas dos anjos diluidores de guerras

eu estou no Rio de Janeiro sem planos observando o abutre dos que ficaram cegos 
por querer roerem os últimos grãos da carne dos livros que jamais serão lidos 
porque ler livros é pesado demais 
para os que se tornaram para o planeta um peso

eu vejo os farelos da inteligencia fugirem feito cães virulentos
das mentes das novos jovens
que nada querem, que nada almejam na imensidão das estrelas que em suas imaginações congelaram-se, apodreceram junto com a lua
que nunca raiou nas pátios e nas mesas 
do horento feet funding carcomido 
pelas baratas do tudo fácil, 
do nada digestivo, 
do lodo do dinheiro sem alma

nenhuma rua aberta para as flores 
pestanejam nas escuras vistas 
dos que se escondem do sol, 
da luz da altiva voz do eterno 

meu poema sem sombras se contorce
em meus lábios porque sabe que nunca chegará aos lábios dos que dormem sob o sangue 
da omissão, do comodismo desses que circulam livres de inteligencia

não há cinema surreal passando os filmes 
de Glauber Rocha para os catadores 
de diplomas, caçadores de empregos, 
seguidores do bispo torpedo


        ( edu planchêz )

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