quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cabe no corpo, nos arcos perfeitos do corpo


No corpo de um cavalo, as patas de um cavalo,
todo esse desenho consagrado à luz nascente,
toda essa relva trançada nos leques desse pés guardiões

No corpo de uma águia, as asas de uma águia,
a grande paisagem comprimida na íris,
nos contornos do olhar supersônico

Levo para a vida, levo para as vidas
os trovões relâmpagos do grande jogo das águas

Fácil escrever o que quero 
pós rascunhar e rascunhar,
embaralhar e embaralhar pensares e letras,
cartilhas e livros de metal

Cabe no corpo, nos arcos perfeitos do corpo
o Atlântico e o Pacifico, o mar Egeu
e as colina de Gibraltar

    ( edu planchêz )

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A NOITE E A LUA




Ela é a serpente,
a galinha dos ovos de televisão,
a cratera sagrada,
a pantera da Terra do sorvente fogo,
ar rebentação, mar,
pássaros, ilhas,
tarde gigantes, 
sombras salpicadas de leite grosso
umedecendo de amor sangue
a noite e a lua

  ( edu planchêz )

domingo, 5 de agosto de 2012

Vejo a Serpente que Jim Morrison vê




Vejo a Serpente 
que Jim Morrison vê 
nas grinaldas da aurora, 
nas centúrias do crepúsculo,
nas cadeiras tuas,
na base da espinha

Você vestida de nada,
emergida no leite,
se contorcendo trilhões de vezes,
espetando minha boca com teus cravo

No ápice da tempestade,
no epicentro do terremoto greludo,
nos encarnados lábios 
da natureza cremosa


Todos os mitos tremulam, tagarelam...
por dentro do vulcão teu ventre Isís Caçadora:
Odin, Hércules, Atlas, Orfeu, Ulisses...


Eu quero


    ( edu planchêz )


portal aberto no clarão



Vem do azul toda essa alegria 
erguida com pedras precisas,
pedras do reino, 
pedras vindas das reservas
Me ergo "só" 
segurando em minha própria mão
que é a tua mão

É mão segurando em mão 
em uma comunhão de mãos

Vos digo que a escuridão acabou,
pés aptos ao estradar,
olhos e bocas,
umbigos e cabelos...

Simples é estar 
no mesmo clube da da esquina,
na imensa nuvem cigana

"Jogue sua vida na estrada
 como se não quer fazer nada"

As vozes do mato ecoam 
nas vozes de nossas,
ecoam dentro do portal 
aberto no clarão

   ( edu planchêz)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Monta em sua esfera e mira o distante



O homem tateá no escuro,
segue os rastros deixados pelo vento na areia,
segue aquela voz quase inaudível
que rodeia sua cabeça

Monta em sua esfera e mira o distante,
o que se projeta para o além momento

É pertinente acender os faróis da costeira,
é relevante tingir de azul esverdeado
a porta de todas as casas

       ( edu planchêz )

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Melissa vestida de azul e branco




Magnífico faiscar de metais em colisão,
magnifica ordem floral movendo-se sob a batuta
do polem em direção ao máximo do máximo
da humilde montanha

É isso que vejo ao abrir os olhos 
no centro da sala, 
no coração da Torre do Tesouro

O grande circulo 
formado por nossos corpos
une palavras-sons,
abelhas e vespas,
o corte das nuvens prateadas 
ao perfume do incenso  

Ergam-se pedras de cores variadas,
ergam-se rajadas de mel,
borboleta-bruxas, aranhas brancas

Melissa vestida de azul e branco
conta nos dedos as pintas
deixadas pelas noite delirantes

    ( edu planchêz )




quarta-feira, 1 de agosto de 2012

um monstro













Acho que falo com poucos,
pois poucos estão interessados 
em poesia, 
canções,em coisas vivas.
O amor torno-se basicamente virtual, 
quase ninguém se toca, 
pele na pele com alma de pele.

Vos fala um anti pop star,
um aparente radical,
um imoral estilizado,
um monstro que quer te corromper,
catucar teu ventre, curar tua ferida.

     ( edu planchêz )

Voa o Urutal e o Curiango


Recebo do fundo úmido quente 
da Terra as alvuras 
vindas das Luzes dos Vagalumes,
dos Olhos Múltiplos das Borboletas 
e dos Gafanhotos

Ronca no Ùtero do Vegetal 
a Pedra Dourada da grande Vida

Voa o Urutal e o Curiango, o vidente Mocho,
o Besouro gigante
e tudo o que quizermos chamar de Fadas
         ( edu planchêz )

sonos de Alice



A corte da serpente 
de luz ardida se estende 
para muito além 
do nosso simples campo de visão,
chega aos charcos da senhora noite

Vieste com as mariposas 
tateando as cortinas
e as saliências da parede vermelha...
encontraste no templo dos sonos de Alice
aquilo que nunca procuraste

   ( edu planchêz)