terça-feira, 31 de julho de 2012

Frida Kalo e Vladimir Mayakovsky

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Frida Kalo e Vladimir Mayakovsky,
na minha linha, no meu cesto,
no meu anzol...
 pelo resto do mundo, pelo resto dia,
pelas arquiteturas do ano tempo

Remando no rio Madeira Mamoré 
dentro de uma xícara,
na ponta do pincel, 
no pote de tinta

Frida Kalo e Vladimir Mayakovsky,
caminham nas partes lisas do assoalho
da casa que desenho no desenho
gestado por ela, por ela!!!

Grande noite revista de trás para a frente
com esses olhos meus mergulhados
em teus olhos na astronave
do nascente dia

E quem há de morrer diante da grande arte,
da dança cartática de Frida Kalo 
e Vladimir Mayakovsky
rolando na cama repleta de pétalas 
e ervas perfumadas?

      ( edu planchêz )




todos são profetas



somos o avesso da história e da não história, 
o que está e não está, 
a tinta branca e a tinta negra derramada
sobre e sob a boca e os olhos 
dos que nos olham. 
( Todos são profetas).
          
           ( edu planchêz)

sábado, 28 de julho de 2012

marcas de dedos



marcas de dedos submerssas em dedos, 
em cartas que se ocultam
nas lantejoulas
na clara carne da música

vejo a mulher, a mulher me vê,
no céu e no chão,
nas capas dos livros,
entre as virgulas e as exclamações

correm as pernas do poema,
movem-se seus braços,
tremulam cabeças 
partidas sobre as dobras 
que o vento salpica nas bandeiras
          
 ( edu planchêz )


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cabeça de vento


Cabeça de vento, 
pedaço de quase tudo exposto sobre a mesa, 
sobre o colchão de folhas 
e pétalas que um dia você há de querer

"Um dia você vai voltar 
como um canção para os meus olhos",
um dia cairá do teto um cacho de uvas,  
um cesto de objetos trancendentais,
tua calcinha e tua blusa

Pelo fim e pelo começo 
o que agora fazes move uma alavanca,
move o planeta e as hélices de minhas pestanas

Os girassóis do fogo da neve
se animam na pintura
que deixaste na pele de meus pés

    ( edu planchêz)



terça-feira, 24 de julho de 2012


ser delicioso
Edu...
lindesa
Quase dormia, quando acordei com o "ser delicioso..."]
Hahahaha...
querida
à amo tanto9
Como estás?
deliicioso
tal qual tu
Tal qual todos os dias, que sempre amanhecem vermelhos!
Rs.
gostei dos vermelhos
é cor das marcas das unhas em nossas costas
A cor da vulva que ferve...
mulher
E esquenta os nossos lábios...
Rs.
os lábios da vulva e os lábios da face, um encontro extyremo
líquida alegria q respiro
Ser delicioso
Tal qual um e outro, deliciam-se no mesmo prazer de ser um e exalar o mesmo gosto no instante derradeiro de prazer...
perguntaram qual era a minha religião hj, respondi: O PRAZER
Ser delicioso
E nela, caio de joelhos, para alcançar da forma mais "primitiva" a essência e o pólen que me mantem tesuda!
tesuda mulher, desenho de fogo tateando meus olhos genitáis agora
Tesudo ser
tesudo desejo
Tesudo ser, irracional e inconsequente, quando o delírio se faz no culto dos corpos convulsivos, quentes e "deslizantes"..
explodamos em tinta bilhões de orgasmos deslizantes, que é muito bom, muito muito, indisível, Mulher Tesuda
trinta
Trinta bilhões de tetas e genitálias explorando o prazer da pele, das células, das gotas...
Alyne, vem
não importa por quais trilhas, vem
Vem, vai... No deslizar das trilhas que fazem do ser um turbilhão de sensações azuis, verdes, vermelhas, amarelas, coloridas e ao mesmo tempo arco-íris!
Mulher deliciosa, é mais q um sonho molhado cá estar a falar contigo, é mais que toda a quentura do leite que minha teta corajosa inventa para você nadar
E neste mar se faz leito, e deste leito se derrama todo o prazer que se faz carne, e é nesta carne que pulsa os desejos mais convulsivos e latentes do ser, que é humano, que é tesudo...
O cio é cor de rosa, vc é cor de rosa, cor de rosa é o presente que te ofereço
Alyne-cor-de-rosas
Lindas as rosas, deliciosa a cor, que me remete ao tesão das nossas partes mais vivas, mais "querentes"!
Bom dia, de dia colorido...
Pessoa deliciosa para mim sempre nua
Pois, tenho que dormir para o nosso velho mundo preto e branco!
Rs...
nada te veste mais q vc nua
Beijooosss...
essa frase n é minha
Voltando: Pois tenho que dormir para acordar no nosso velho mundo preto e branco!
vai cor de rosas para o sono, eu te amo pra caralho
Também, Edu![
pessoa do meu sangue
sempre
Bom te encontrar nessas horas iluminadas de sol imaginário...
Beijoo!
vc nunca me deixa , mesmo quando nem lembras de mim, assim sou contigo
beijo

domingo, 22 de julho de 2012

ergo uma parede de cera na chama da vela

ergo uma parede de cera na chama da vela,ergo a vela até a altura de minha cabeça de setembro, me ergo acima e abaixo do sol

          ( edu planchêz)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

o muito que suponho fazer é quase nada



Não apagarei as pirâmides, 
nada tenho contra suas labaredas imperecíveis,
nada e tudo sob meus pés, os pés da esfinge
Esse corpo de bicho, 
de avestruz, 
de ariranha tecendo bordados 
de pêlos nas encostas da lua

Vês o que ainda não vejo
Vês o que está diante da minha diminuta visão

Sou poeta de uma nota só, de um múltiplo amor,
de uma estranha e perfeita mãe

Vivo as minhas bobagens, 
as minhas angustias e tristezas:
"o meu pobre coração não vale nada 
nessa cidade abandonada"
e o teu vale tanto: 
"braço de ouro vale dez milhões, 
eu tenho corações fora do peito"

Não estou a reclamar da sorte, 
apenas me vejo sentado 
no fundo de uma cratera,
de uma lacuna, 
de um ser imperfeito

Ser vidente ou não ser vidente,
ser homem ou não ser homem,
me basta agora flutuar

nas ventanas de uma larva,
num micro organismo qualquer

Tenho sono e não quero abrir as janelas,
e não quero encarar essa cidade,
o muito que suponho fazer é quase nada

   ( edu planchêz )

segunda-feira, 16 de julho de 2012

centro ofativo do ser



As pernas dela abraçam o mundo, 
o mundo se recria em meio aos líquidos,
chuva que nunca cessa entre os bosques
que temos 

Para além das camadas úmidas 
há mais camadas úmidas, 
mais gelatinosas possibilidades
de reaver o que sentia ao nascer

Correndo no mato do cimento, 
por dentro da manada das latentes cores,
dos livres olhos, dos circos pincéis


Ela veio montada sobre um centauro,
sobre um campo elétrico,
sobre os vagões do cordão de estrelas
que se forma 
para que possamos almentar
nossa riqueza

Não possuo nome nesse agora,
agora que sou homem de metal
emergido nos bilhões de volts,
a correr por dentro dos sangues,
por dentro das páginas
do centro ofativo do ser


   ( edu planchêz)

sábado, 14 de julho de 2012

Histéricas orações




O branco asqueroso 
por ser escravo de si mesmo 
obriga as índias a usarem sutiã 
e os pretos arrancarem suas peles,
essa é a nossa hipócrita civilização,
esse é o tempo que bate em teu relógio,
essa é a água que escorre em nossas bundas,
o ranho, a bela herança de nossos antepassados atuais bandeirantes

De que adianta os gritos de sangue 
de Gabriel Garcia Lorca,
as histéricas orações de Allen Ginsberg,
as mortes prematuras de Jim Morrinson
e Torquato Neto? 
Se você ao menos visse os rostos de vossos páis em vosso rosto quando escovas os dentes 
em frente ao espelho...

Em qual latrina esqueceste vosso cérebro
e aquele monte de velas que acendeste 
para teu próprio agonizante espírito?


Melhor voltar para o meu café,
para minha maconha,
para o esquecimento


  ( edu planchêz)






sexta-feira, 13 de julho de 2012

Arremeçar meu corpo


Arremeçar meu corpo 
em direção ao corpo das palavras,
colher na gritante frase 
dos remos o filete que mantém as vidas
Agora já sei para que lado durmo,
com que sol me aplumo,
com que arte afundo meus pés

   ( edu planchêz)




De panela em panela



De panela em panela vou queimando a casa
E foi muito difícil conseguir uma fumacinha
para rechear o que em mim ainda não era noite,
e a noite chegou trazendo a legião purpura,
as prateadas centelhas, 
as clarões mascarados de fogueiras

Esse é o poema para os que vivem de poema,
para os que possuem
na ponta dos olhos um bilhão de planetas 
amparados pelas mãos dos mestres poetas

             ( edu planchêz)

terça-feira, 10 de julho de 2012

anjos diluidores de guerras


eu estou ruindo as últimas convicções 
do planeta que não constroi mais ideologias,
que não arma mais aeroplanos 
sobre as casas dos anjos diluidores de guerras

eu estou no Rio de Janeiro sem planos observando o abutre dos que ficaram cegos 
por querer roerem os últimos grãos da carne dos livros que jamais serão lidos 
porque ler livros é pesado demais 
para os que se tornaram para o planeta um peso

eu vejo os farelos da inteligencia fugirem feito cães virulentos
das mentes das novos jovens
que nada querem, que nada almejam na imensidão das estrelas que em suas imaginações congelaram-se, apodreceram junto com a lua
que nunca raiou nas pátios e nas mesas 
do horento feet funding carcomido 
pelas baratas do tudo fácil, 
do nada digestivo, 
do lodo do dinheiro sem alma

nenhuma rua aberta para as flores 
pestanejam nas escuras vistas 
dos que se escondem do sol, 
da luz da altiva voz do eterno 

meu poema sem sombras se contorce
em meus lábios porque sabe que nunca chegará aos lábios dos que dormem sob o sangue 
da omissão, do comodismo desses que circulam livres de inteligencia

não há cinema surreal passando os filmes 
de Glauber Rocha para os catadores 
de diplomas, caçadores de empregos, 
seguidores do bispo torpedo


        ( edu planchêz )

Jogando com Jorge Luiz Borges



"Apagarei as pirâmides, as medalhas,
os continentes e os rostos", 
das valsas de Johann Strauss, 
as notas e as vozes da primavera,
apagarei das minhas mãos,
os vultos de teus seios,
e no continente do sono, 
as ondas de Netuno,
as plumas da ave gigante,
os contornos de minha longa voz

Esperimento o ter e o nada ter,
as avalanches e os frutos da árvore
que está nascendo

Cortado ao meio, colado ao meio,
untado com a seiva do papel
de minha privilegiada memória

E não apago nada, e apago tudo,
abraço e não abraço o esquecimento

Minhas mãos tocam as oito margens
do rio corrente de pensamentos,
do rio poente da sol vindouro

Sumo e apareço destravando as presilhas
caídas no tempo construído pelas muralhas
do que sou e ainda não sou,
afirmo, ser um navio, um barco,
a seta cravada na nuvem vermelha

   ( edu planchêz )